Tem notado seu cotovelo inchado? Tem sentido dor ao apoiar o cotovelo na mesa? Tem sentido dificuldade para esticar ou dobrar o braço?
Neste artigo vamos nos debruçar no principal diagnóstico que se apresenta com os sinais descritos acima: a Bursite de Cotovelo.
O QUE É
O cotovelo é a articulação de dobradiça que liga o braço ao antebraço, responsável pelos movimentos de esticar e dobrar o braço.
Composto por ossos e articulações, ligamentos e tendões, músculos, nervos, vasos sanguíneos e bursas – pequenas estruturas presentes nas articulações que permitem o deslizamento dos tendões, durante a realização dos movimentos.
São essas pequenas estruturas que, quando inflamadas, provocam inchaço, dor, vermelhidão, calor e privação dos movimentos da articulação.
Bursite é o nome dado a essa condição.
CAUSAS DA BURSITE
A inflamação da bursa do cotovelo pode ser causada por:
– Traumas diretos – pancadas, luxações e torções
– Traumas contínuos – movimentação repetitiva ou apoio frequente do cotovelo em alguma superfície
– Feridas na pele na região do cotovelo
DIAGNÓSTICO
O paciente, geralmente, chega ao consultório se queixando de um inchaço na região posterior do cotovelo, associado ou não à dor local.
O exame físico é o primeiro passo para o levantamento do diagnóstico, seguido pelos exames de raio-x, ultrassom e ressonância magnética, para identificar o grau em que a condição se encontra.
GRAUS DE BURSITE
Quando há um aumento abrupto de volume na ponta do cotovelo, seguido ou não de dor e vermelhidão local, pós trauma ou tempo prolongado com o cotovelo apoiado, é possível classificar a bursite como aguda.
Há casos, porém, em que o quadro se repete de maneira recorrente, apresentando inchaço que evolui gradualmente, com nodulações endurecidas e irregulares, classificando a condição como bursite crônica.
Se, por alguma razão, a bursite acaba sendo infectada por entrada de bactérias, decorrente de alguma lesão na pele, a bursite é chamada de séptica.
A identificação do grau da bursite é fundamental para a definição do protocolo de tratamento.
COMO É O TRATAMENTO
Depois que o quadro é diagnosticado, a inflamação das bursas do cotovelo pode ser tratada conforme o grau em que se encontra, sendo que:
BURSITE AGUDA – pode ser tratada com compressas locais, uso de analgésicos e antiinflamatórios. Em alguns casos, a aspiração do líquido e aplicação de corticoides podem ser procedimentos indicados para o controle da condição.
BURSITE CRÔNICA – o controle de doenças sistêmicas que favorecem a recorrência do quadro como: gota, pseudogota e artrite reumatoide, é a principal orientação para o tratamento, seguido das prescrições para controle da inflamação. Para alguns pacientes, a remoção cirúrgica da bursa pode ser uma indicação assertiva.
BURSITE SÉPTICA – a cirurgia para a remoção da bursa infectada e dos tecidos atingidos pela infecção é a conduta indicada para o tratamento desse grau de bursite. Isso porque quando há líquido infectado na bursa, dificilmente os antibióticos prescritos surtem efeito e o quadro pode evoluir para sepse.
É POSSÍVEL PREVENIR?
Prevenir é sempre melhor que remediar. Para as bursites do cotovelo, a prevenção se dá também de acordo com os graus em que ela se apresenta:
Bursite Aguda – evitar ficar com o cotovelo apoiado por muito tempo
Bursite Crônica – controlar as doenças sistêmicas ligadas a esse diagnóstico
Bursite Séptica – preservar a hidratação da região dos cotovelos, visando evitar lesões na pele, que são a porta de entrada para as bactérias.
É fundamental buscar orientação e avaliação de um ortopedista ao notar qualquer diferença ou dificuldade de movimentação desta ou de qualquer outra articulação.
Dr. Rogério Amaral – Cirurgião Ortopedista especialista em ombro, quadril e tumor ósseo. | CRM-GO 7296 | RQE 3723
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